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Abracadabra


Palavra sem origem específica, envolvendo uma série de teorias sobre sua história e seu uso. Existem várias especulações sobre sua origem e significado, mas há duas que nos interessam mais neste artigo: a primeira, derivada do aramaicoavrah kahdabra e a segunda do hebraico Aberah KeDabar. Ambas possuem o mesmo significado: “eu crio quando falo” ou “vou criando enquanto falo”. E mais: em todas os idiomas em que é utilizada, a pronuncia é idêntica.

Conhecemos essa palavra hoje em dia, usada de forma profana por ilusionistas em seus shows. Ou como desdém às praticas mágicas por pessoas céticas. Afinal de contas, o tempo passou e, tal como muitas outras palavras, o significado real se perdeu.

Atire a primeira pedra quem nunca, quando criança, pronunciou ABRACADABRA em meio a uma brincadeira.

A palavra nos traz algo místico, tanto pela sua sonoridade como pelo seu uso durante os anos… Embora, em muitos usos tenha perdido o significado original, tornando-se um clichê mágico, explorado pelo cinema, show business e por tantos outros meios.

Mas, quando vamos mais a fundo, nos deparamos com uma de suas possíveis traduções: “eu crio enquanto falo”. E é essa a reflexão que quero trazer para nosso consciente.

Muitos iniciantes das artes mágicas veem as práticas como algo complexo. Exigindo uma série de conceitos pré-estabelecidos por outros magistas “mais experientes”. Talvez não estejam errados… É preciso angariar alguns conhecimentos para exercer essa arte. No entanto, muitas vezes são conhecimentos que a própria vida nos traz, e não vinda somente de um livro ou de um tutor.

A realidade é que tudo é extremamente simples. Você pode utilizar os famosos elementos fetiches durante suas práticas (eu adoro). Ou você pode não usar nada material (o que fiz por muito tempo). No fim das contas, o que realmente importa para o sucesso do seu ritual, é a intenção. A sabedoria de como manipular as energias ao seu redor. O plano material não importa tanto quanto parece. O necessário é saber que a real magia está dentro de você. Objetos e símbolos podem ser re-significados ao longo do tempo. Tal como a linguagem que usamos para nos comunicar, que vive em constante mudança, re-significando palavras ou criando novas, como gírias.

O exercício da magia é extremamente pessoal. Arte é algo extremamente pessoal. Aos que estão de fora, pouco importa a técnica usada, o importante é o resultado final. Você conseguiu fazer uma obra-prima? Sua arte reflete aquilo que você desejou passar? A magia, assim como a arte, é simples. E cada artista tem sua própria técnica e estilo. Assim também deveriam ser os magistas.

Porém, temos medo de ousar. Muitos preferem trilhar caminhos já antes trilhados; a ilusão de efetividade traz o conforto. Levando isso em conta, temos hoje pessoas de capacidade e talentos enormes, mas que preferem fazer réplicas e mais réplicas daquilo que teve sucesso na mão de outrem. Nos pegamos muitas vezes num ciclo vicioso de repetir rituais e feitiços encontrados nos grimórios… Hoje em dia, encontrados até mesmo nas páginas do Facebook.

Isso não é uma crítica, afinal, eu mesma já passei por essa fase.

O que quero dizer é que ABRACADABRA tem poder. As palavras escritas ou pronunciadas são, em essência, magia. Qualquer coisa pode ser magia, pequeninos. Basta que você a encha de intenção e energia. Traga pro plano material seu intento. Não importa a forma, basta apenas que você acredite no que está fazendo.

*Este post pode ser encontrado também no Medium. https://medium.com/@sophiemorgane.sm/abracadabra-1d09a79fe46a

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