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Abrindo as Válvulas do Corpo


Se eu me movimento, consigo fluir junto com a dança da vida?

Ilustração: Kaio Shimanski

Os chineses antigamente já acompanhavam essa descoberta primal, descoberta a qual eles deram o nome de TAO = Fluxo, movimento da natureza, entrega total a tecnologia de viver. Mas, como é corriqueiro nesses assuntos orientais, o paradoxo necessário está presente – O TAO não pode ser nomeado, descrito e organizado, pois ele é assimilado por aqueles que “se jogam rio abaixo e vão embora sem esforço algum(...).

Deixando de lado as poesias, contos e koans, podemos trazer à tona a questão da visceralidade. Visceral aqui no sentido de botar a máquina (conjunto de corpos do Ser) à prova, fazê-la funcionar, para que toda a sua capacidade se revele nessa aventura planetária. O investigador/magista/bruxo(a) pode pacientemente utilizar o seu sistema físico, fisiológico e respiratório para “afinar” os seus corpos mais sutis(mental, emocional) e assim obter mais êxito em seus experimentos.

Yoga, Tai-Chi-Chuan, Danças Dinâmicas, Movimentações Xâmanicas[tendas de suor, respiração, danças extáticas...], etc – são algumas das técnicas que Peter J. Carroll chama de Magia Áurica – disciplinas necessárias para aumentar o terreno do mapa externo e interno.

O suor escorrendo pelo corpo é o resultado positivo daquele que dá atenção ao design existencial. Se movimentar é folhear as páginas do livro que é formado por nossos nervos, veias, vísceras, órgãos, etc – Templo sagrado que precisamos manter limpo e organizado, para que a nossa vontade se manifeste e a investigação possa continuar.

Aldous Huxley falou de abrir as válvulas que reduzem a nossa percepção através de psicodélicos/enteógenos (no seu caso a mescalina, conforme relatado em As Portas da Percepção) para acessar uma realidade mais vívida e plena – em conjunto, podemos abrir as válvulas do nosso corpo, deixando os fluxos sanguíneos e prânicos nos banhar de informações novas, as quais eu chamo de viscerais.

Assim, como o paradoxo do TAO, aquele que se levanta, corre, pula, grita, vibra é jogado rio abaixo, conseguindo sair dos jogos conceituais e racionais que nos prendem. É o ser primitivo adorando o Deus Fogo e pulando ao redor da fogueira para sentir as labaredas dentro de seu corpo; O Arcano XI (A Força) abrindo calmamente a boca do Leão e convidando as forças instintivas a dançarem.

E a partir disto, todo o processo vai ficando leve, fluído e a magia só vai se revelando, assim como um galho solto, rio abaixo......

Escolha sua técnica e movimente-se =)


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