Como foram as celebrações de 8 anos da Specula
- Lua Valentia
- 8 de set. de 2024
- 5 min de leitura
O primeiro dia: a Iniciação Dionisíaca
Vestida em um veludo negro que parecia absorver a luz, adornado com bordados, senti a fenda do vestido revelar apenas o suficiente da minha meia-calça arrastão, decorada com intrincados detalhes em vermelho. Minhas joias mágickas cintilavam, especialmente o anel de iniciação e o que ostentava a Estrela do Caos. Ao chegar ao edifício Art Decó, tirei meu casaco pesado e o instrutor, sem uma palavra, entregou-me um robe preso por um broche do Olho que Tudo Vê.
Havia cerca de vinte de nós naquela noite, todos silenciosos. Esta era uma iniciação ao Hedonismo da Sociedade, um nome que mal insinuava a profundidade do que estava por vir. Fomos recebidos por uma figura mascarada em uma saleta decorada com romãs e uma mistura que exalava fragrâncias exóticas. Máscaras foram distribuídas e bebemos a poção, um líquido rubro que possivelmente continha romã, mas seu sabor era muito mais profundo e ancestral.
A segunda sala era um refúgio de sombras, com pesados panos de veludo vermelho cobrindo as paredes, duas estantes de livros antigas, uma mesa coberta por um veludo vermelho intenso e xícaras de chá dispostas com precisão. O chão xadrez, preto-e-branco, parecia um tabuleiro de um jogo do qual ainda desconhecíamos as regras. No centro da sala, uma domme observava um submisso que a satisfazia com devoção absoluta. Com um gesto, ela nos mandou sentar e, com palavras suaves, explicou a natureza do ritual e a importância de confiar em nossos sentidos. "Carpe Noctem," ela nos lembrou, enquanto o chá, uma poção alcóolica, era servido. Eu estava faminta, mas receosa dos efeitos da bebida no estômago vazio.
Um dos noviços escolheu um livro ao acaso, e com um toque da domme, uma das estantes se abriu, revelando um caminho oculto. O corredor estreito exigia confiança cega nos outros; a escuridão era quase absoluta. Finalmente, emergimos em um espaço que se assemelhava a uma selva, onde um sacerdote, vestido como Pan, dançava ao som de uma melodia invisível. Havia quadros com imagens íntimas ao redor, cada um mais perturbador que o anterior. Ele fixou seus olhos em mim e perguntou: "Você se sente valente?" Respondi que Valentia era meu sobrenome, e ele sorriu, um sorriso que continha tanto aprovação quanto aviso. Abri um dos quadros e, em seu interior, encontrei uma peça de quebra-cabeça.
Bebemos outra poção antes de subir uma escada que exalava o doce aroma de incenso. No topo, um sátiro nos aguardava, oferecendo-me meu doce favorito, turkish delight, e explicando a importância do olfato e do paladar em nossa jornada. Cada ser que encontramos nos transmitia uma lição, suas palavras formando uma poesia ritmada que, embora fugaz, se entranhou na minha alma.
Nos conduziram a um quarto escuro, onde a única luz caía sobre uma jovem que dançava uma hipnótica belly-dance, usando uma máscara que ocultava seus olhos. Apesar da cegueira, ela manipulava as luzes com destreza, criando reflexos hipnóticos que brincavam com nossa percepção. Ela nos falou sobre o poder dos olhos, antes de tirar um espelho mágico e direcionar a luz dele para cada um de nós, como se estivesse gravando nossa essência.
O próximo corredor estava parcialmente submerso em água, e nos guiou até um quarto azul, onde uma sereia entoava uma ópera que parecia ecoar das profundezas do oceano. Ela me presenteou com uma concha, e ao cantá-la, revelou um vislumbre do meu futuro, um destino entrelaçado com a arte. O ambiente estava impregnado com a fragrância de rosas azuis, uma das noviças, no entanto, cometeu a insensatez de atirar uma rosa na sereia, um ato de desrespeito que foi prontamente repreendido. Mais uma poção foi consumida.
Finalmente, fomos levados a um amplo salão redondo, coberto por tecidos de veludo preto que caíam do teto, no centro do qual pendia uma réplica majestosa da lua. No chão, o Olho que Tudo Vê estava pintado, vigiando silenciosamente um casal que praticava magia sexual no centro. Ficamos em círculo ao redor deles, e quando atingiram a gnose, quatro iniciados mascarados começaram a dançar ao redor, convocando a presença de Baphomet. Tomamos a última poção da noite enquanto dançávamos e cantávamos, envoltos na presença do divino.
De volta à primeira sala, a domme estava à nossa espera. Com um tom grave, ela nos informou que agora tínhamos acesso ao conhecimento reservado aos iniciados. Para selar nossa participação na Sociedade, deveríamos assinar o Livro do Prazer com nossas impressões digitais, um compromisso inquebrável com os mistérios que havíamos começado a desvendar.
E foi assim que a Specula se mesclou à Sociedade, tornando-se parte ativa nos mistérios dionisíacos.
Segundo Dia: O Baile de Máscaras
Se o primeiro dia da iniciação nos conduziu por uma jornada introspectiva e profunda, o baile de máscaras foi a celebração exuberante da transformação que havia se concretizado. A solenidade do dia anterior deu lugar a uma festa luxuosa, onde o mistério continuava presente, mas agora misturado à leveza, ao charme e ao glamour despretensioso.
Antes de nos dirigirmos ao salão, paramos para tomar alguns drinks no bar próximo à minha casa. Foi ali que recebi um presente simbólico: um delicado colar dourado com um medalhão gravável. O medalhão exibia a estrela de oito pontas, símbolo de Ishtar, com uma safira branca incrustada no centro e raios dourados irradiando ao redor. Dentro dele, uma fotografia em preto-e-branco de Leo e eu, um retrato de nossa conexão indissolúvel. No verso do medalhão, o sobrenome “Valentia” estava elegantemente gravado em itálico, como um selo de destino compartilhado.
Após os drinks, finalmente chegamos ao salão de festas. A grandiosidade do local, iluminado por candelabros reluzentes, era de tirar o fôlego. Cada detalhe parecia projetado para amplificar a sensação de estar entre dois mundos. As máscaras, agora mais sofisticadas e ornamentadas, davam aos convidados a liberdade de se perderem em novas personas, deslizando pelo salão sem revelar suas verdadeiras identidades. A música suave fluía como uma brisa invisível, e o tilintar das taças de champanhe criava uma melodia cristalina, acompanhando a dança silenciosa do mistério.
Este segundo dia era uma pausa indulgente, uma celebração leve após a intensidade do ritual de iniciação. Conversas animadas surgiam em cada canto do salão, risos ecoavam, e uma camaradagem tácita se formava entre os que haviam compartilhado a jornada do dia anterior. O baile de máscaras não era apenas uma festa, era a face complementar da transformação. Um espaço onde a liberdade recém-descoberta podia ser explorada em toda a sua plenitude, sem restrições.
No fim, os dois dias, embora distintos, eram inseparáveis. O primeiro dia desafiou e remodelou, forjando novas identidades. O segundo dia celebrou essa renovação, permitindo que cada um dos presentes experimentasse o poder da transformação. Juntos, esses momentos criaram uma experiência marcante, uma história que seria contada e recontada em murmúrios, perpetuando-se em memórias vívidas por muitos anos.

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