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Posts do fórum

Mauricio de Oliveira
05 de mai. de 2018
In Magia do Caos
Esse gif do Mickey é de uma animação antiga chamada Fantasia. Esse capítulo da obra, chamada O Aprendiz do Feiticeiro, mostra Mickey como aprendiz de um poderoso Feiticeiro, sendo obrigado a realizar tarefas domésticas chatas e cansativas como limpar o laboratório, preparar banhos e etc. Mickey está cansado e sonha em se tornar logo um Grande Feiticeiro e dominar as forças do Universo. Um dia, o Mestre o deixa incumbido de suas tarefas e vai descansar. Mickey aproveita a chance e “pega emprestado” o chapéu do Mestre, e usa para animar o material de limpeza para que este faça o serviço pesado enquanto ele descansa. Enquanto Mickey sonha com grandes poderes, a coisa começa a sair do controle e, quando Mickey dá por si, todo o castelo virou uma grande confusão. Quando tudo parece perdido, o Mestre surge e, com seu poder, põe as coisas de volta à ordem e aplica um castigo no seu discípulo atrapalhado. TODA a animação Fantasia é cheia de linguagem oculta e lições escondidas, mas esse desenho em específico fala muito sobre algo que acontece até os dias de hoje. Na verdade, com uma frequência bem mais intensa nos dias de hoje – os aprendizes que ignoram o aprendizado da base e querem logo ser Mestres. Se você faz parte de algum grupo magista/ocultista de qualquer vertente em qualquer rede social, você com certeza já viu algum pedido clássico como “Me ensinem um feitiço para isso”. Ou “me ensinem oração para aquilo”. Ou, mais ultimamente, “como se ativa esse servidor?” A internet quebrou as fronteiras de muitos lugares. Sejam físicos, sejam filosóficos. O conhecimento dito oculto foi destituído de seu manto hermético e está exposto para todo mundo ver. O que antigamente se exigia filiação a uma Ordem ou Grupo Iniciático e levava anos para ser aprendido agora está acessível a qualquer um com um celular na mão e pacote de dados disponíveis. Porém, isso acabou fazendo com que pessoas ansiosas demais fossem acometidas pelo imediatismo e, ignorando todas as etapas de estudos introdutórios, já querem logo partir para Evocações Goéticas, Criação de Servidores e Contato com o Sagrado Anjo Guardião. Essas pessoas não querem saber dos longos e chatos estudos iniciais. O ritual já está todo descrito ali na frente dele, pra que estudar aquele monte de páginas qe precedem o ritual? Tem tanta gente online que saber fazer, é só perguntar para algum deles certo? ERRADO. Fazer Magia é como fazer qualquer esporte – exige prática e dedicação. Claro que você pode ser um eterno peladeiro de domingo, ou jogador de vôlei de praia nos verões, e isso também vale para a prática mágica. Você pode ficar eternamente no nível das simpatias de jornal e das rezas de internet. Mas é tentador demais abrir um Círculo Mágico e convocar Astaroth para realizar seus desejos, ou criar um Servidor para seduzir aquele crush. Isso é prática avançada de magia. E assim como a pelada de domingo é comparada a simpatia de revistinha, um desses rituais avançados é equivalente a você fazer parte de um time de futebol da série “A”. Exige esforço, dedicação e treinamentos DIÁRIOS. Poxa, Supremo Sacerdote Megamagísta Baron Babá Tata Samedi Cemitiére Lucífere de Exu Zos Kia Tau Umpalumpa Bundalelê Maurício, treinamentos diários!?!?!? Sim, pequeno gafanhoto, diários. A internet facilitou muito a acesso a informações e, por isso, muitos dos interessados em magia hoje ignoram as Ordens existentes que a anos estudam, praticam e ensinam magia pelo mundo. No Brasil temos a Arcanum Arcanorum de Marcelo DelDebbio, a filial sul-americana da Illuminates of Thanateros (IOT), temos a Ordo Saturni com um excelente trabalho. Existem muitas outras além destas, mas todas possuem a mesma característica – exigência do período probatório que pode chegar a um ano ou mais. Durante esse ano será exigido do Postulante (o nome varia de ordem para ordem) uma série de estudos direcionados e exercícios que deverão ser realizados diariamente, com envios de relatórios para acompanhamento do desenvolvimento da pessoa. Pode parecer um exagero, mas quando você encontra na Internet perguntas como “como banir a energia tal do meu quarto?” (um dos primeiros rituais ensinados em qualquer Ordem séria) você passa a entender a necessidade dessa exigência. Não entendam que estou afirmando que os únicos praticantes sérios são aqueles Iniciados em Ordens. Tenho certeza que existem muitos autodidatas que são magistas maravilhosos. Porém, se você não faz parte de uma Ordem, saiba que seu esforço deverá ser em dobro. Porque você é seu Mestre E Aprendiz. Deverá estudar duas vezes mais e garimpar bem para separar Ouro de Pirita. Deverá fazer seus exercícios diariamente e manter seu Diário Mágicko sempre atualizado. Assim, você não será mais uma pessoa perguntando como se ativa um dos 40 Servidores do Tommy Kelly nos grupos do facebook (se você realmente leu a apostila pdf GRATUITA dos 40 Servidores você tem essa resposta nas primeiras páginas). Você precisa dominar as bases da prática mágica. Precisa dominar técnicas como Banimentos, Visualização, Concentração, Respiração (perdeu a respiração, perdeu a Magia), entre outras, antes de se aventurar em realizar Rituais mais sérios como Evocações e Criação de Formas-Pensamento. Deixarei aqui alguns links de Ordens onde vocês poderão solicitar filiação se for de seus interesses. Uma não é melhor que a outra, mas saiba que todas exigirão de você estudo e dedicação. Colocarei um link também de exercícios práticos para todo aquele que quer ter sua prática levada a sério. Ordo Saturni - Thelema https://ordosaturni.com.br/a-ordo-saturni/ Arcanum Arcanorum - Hermetismo http://www.deldebbio.com.br/a-a/ Iluminados de Thanateros - Magia do Caos http://www.iot-sulamerica.com.br/ Exercícios Práticos de Magia http://www.deldebbio.com.br/exercicios/ Grupo de Estudos do Liber Null da Penumbra Livros (Bases excelentes para a prática mágica) http://www.penumbralivros.com.br/grupos-de-estudo/ Se vocês realmente querem ser Magistas, dediquem-se. Dediquem-se com a Vontade de um atleta querendo chegar às Olimpíadas. Não será do dia para a noite que vocês irão conseguir. Será cansativo, estressante e por muitas vezes você se pegará duvidando de si e de sua capacidade. Mas insista, persista. Como diz a Equídna em A Lenda dos Guardiões “Lembrem-se, quando suas asas estiverem fracas, seus espíritos estiverem cansados e vocês já houverem voado o mais longe que puderem... Estarão na metade do caminho!” Vão além disso, amigos. Busquem força em sua Vontade porque a recompensa, acreditem, vale muito a pena. Lembrem que mesmo o Superman, antes de alcançar as alturas em seu primeiro vôo, firmou muito bem sua base, e mesmo assim se estabacou no chão antes de fazer direito.... Abraços fraternos
PÔR O CHAPÉU DO MESTRE NÃO TE FAZ UM MAGO content media
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Mauricio de Oliveira
03 de mai. de 2018
In Magia do Caos
Quem me conhece pessoalmente sabe que a pouco mais de um mês fui pai novamente. E toda pessoa que já teve filhos sabe o quanto a chegada de um bebê altera sua rotina. Seus horários mudam, seus costumes mudam, tudo muda. E uma das grandes mudanças que vi na minha vida foi a mudança dos meus ritos magísticos. Não sei como é a vivencia mágica da pessoa que está lendo esse texto. Mas a minha é cheia de pequenos ritos diários que devem ser mantidos com disciplina militar. Meditações, banimentos, visualizações... São coisas que eu preciso exercitar diariamente e, bem, quando o bebê chegou conseguiu bagunçar com minha rotina mágica de forma total. Um rito em específico foi seriamente afetado - o Banimento. Desde o Ritual Menor do Pentagrama (RMP) da Golden Dawn, passando pelo Vou Banindo dos Wiccanianos até o Ritual Gnóstico do Pentagrama (RGP) da IOT, todos sofrem da mesma característica - são especialmente ruidosos. O Vou Banindo é uma das músicas mais conhecidas dos praticantes de Wicca brasileiros e é conhecida por sua batida de tambor bem alta e pelo canto em alto tom. O RMP e o RGP são conhecidos por suas vocalizações especialmente prolongada, como se pode ver abaixo : Ritual Menor do Pentagrama - The Hermetic Order of Golden Dawn by David Griffin Ritual Gnóstico do Pentagrama - Lucifereus (perdoem o início do áudio, mas foi o melhor vídeo que achei) Agora imaginem sua casa com o bebê recém-nascido, acabando de ir dormir, quando de repente você manda um AAAAAAAATAAAAAAAHHHHHH!!!! Vai por mim, na mesma hora o bebê vai fazer a vocalização dele e você não terá mais paz. Isso quando sua casa não está cheia de visitas que não vão embora e, ou você está morrendo de sono e quer logo dormir; ou você precisa ir trabalhar (meu caso) e não sobra mais tempo para fazer seu rito. E aí, o que você faz? A Solução - o Ritual Gnóstico do Pentagrama em Libras Eu estava buscando essa resposta já havia algum tempo. De começo eu apenas mentalizava o rito, se emitir sons, mas eu sentia que estava perdendo algo. Era como se meu rito não estivesse completo. Foi quando assistindo The Magicians e o uso dos Poppers (na série esse é o nome dos movimentos mágicos que ele fazem com as mãos) eu pensei que poderia substituir as vocalizações por gestos. Para daí idealizar o rito em libras foi um pulo. Agora apresento o rito para vocês Procedimento do Ritual 1) De pé, para qualquer direção que prefira. 2) Inspire profundamente. Toque com a mão esquerda a testa, com o punho fechado e o dedo mínimo erguido. Exale lentamente, vibrando sua respiração e mentalizando a vogal "I", enquanto visualiza uma energia radiante na região da cabeça. 3)   Desça a mão até a garganta e inspire profundamente. Mantenha a palma da mão esticada, mas contraia os dedos como se imitasse a pata de um gato com garras contraídas. Exale lentamente, vibrando sua respiração e mentalizando a vogal "E", enquanto visualiza uma energia radiante na região da garganta. 4) Desça a mão até o tórax e inspire profundamente. Feche novamente o punho e estenda apenas o polegar. Exale lentamente, vibrando sua respiração e mentalizando a vogal "A", enquanto visualiza uma energia radiante na região do coração e dos pulmões, que se espalha para os membros. 5) Desça a mão até o estômago e inspire profundamente. Toque o dedo médio com o polegar e curve os dedos como se formasse uma bola nas mãos, com os dedos juntos e sem tocar as palma. Exale lentamente, vibrando sua respiração e mentalizando a vogal "O", enquanto visualiza uma energia radiante na região da barriga. 6) Desça a mão até seu genital e inspire profundamente. Estenda os dedos indicador e mínimo e segure os outros com o polegar e mantenha a palma da mão esticada e voltada para fora. Exale lentamente,  vibrando sua respiração e mentalizando a vogal "U", enquanto visualiza uma energia radiante na região entre a genitália e o ânus. 7) Repita o 6). Então o 5), 4), 3), 2), repetindo de trás para frente, até chegar à cabeça. 8) Inspire profundamente. Exale lentamente, repetindo os gestos IEAOU, enquanto desenha o pentagrama no ar, com o braço esquerdo, ou faça os gestos diante dos olhos com a mão direita enquanto desenha no ar o pentagrama com a mão esquerda. O pentagrama deve ser visualizado com muita nitidez. 9) Vire para o próximo quadrante e repita o 8), então, desenhe os pentagramas restantes com os gestos e as visualizações, até chegar ao ponto de partida. 10) Repita os números 2) até o 7), inclusive. Procedimento Detalhado Para evitar a permanência de qualquer dúvida, segue abaixo o procedimento do RGP de maneira mais detalhada: 1 - Feche os olhos. Vc inspira de forma completa (movimento de abdomem para baixo, depois torax expandindo e finalmente ombros para cima). 2 -  Toque com a mão esquerda a testa, com o punho fechado e o dedo mínimo erguido (vogal "I" em libras). Exale a respiração de forma que vibre todo seu corpo expelindo todo o ar dos pulmões, enquanto vê uma bola intensificando luz branca na região da cabeça. 3 - Repete a inspiração descrita no procedimento 1, enquanto desce a mão até a região da garganta. 4 - Mantenha a palma da mão esticada, mas contraia os dedos como se imitasse a pata de um gato com garras contraídas (vogal "E"). Exale a respiração de forma que vibre todo seu corpo expelindo todo o ar dos pulmões, enquanto vê uma bola intensificando luz azul na região do pescoço. 5 - Repete a inspiração descrita no procedimento 1, descendo a mão para o tórax. 6 - Feche novamente o punho e estenda apenas o polegar (vogal "A")  Exale a respiração de forma que vibre todo seu corpo expelindo todo o ar dos pulmões, enquanto vê uma bola intensificando luz verde escura ou rosa na região do tórax. 7 - Repete a inspiração descrita no procedimento 1, descendo a mão até o estômago. 8 - Toque o dedo médio com o polegar e curve os dedos como se formasse uma bola nas mãos, com os dedos juntos e sem tocar as palma (vogal "O"). Exale a respiração de forma que vibre todo seu corpo expelindo todo o ar dos pulmões, enquanto vê uma bola intensificando luz laranja/pêssego na região da barriga. 9 - Repete a inspiração descrita no procedimento 1, descendo a mão até os genitais. 10 - Estenda os dedos indicador e mínimo e segure os outros com o polegar e mantenha a palma da mão esticada e voltada para fora (vogal "U", apesar de invertida). Exale a respiração de forma que vibre todo seu corpo  expelindo todo o ar dos pulmões, enquanto vê uma bola intensificando luz vermelha ou chamas vermelhas na região do seu genital. 11 - Breve pausa (segundos). Parado no mesmo local. O operador aqui pode continuar com os olhos fechados ou abri-los. 12 - Inspire de forma completa (movimento de abdômen para baixo, depois tórax expandindo e finalmente ombros para cima). 13 - Estenda os dedos indicador e mínimo e segure os outros com o polegar e mantenha a palma da mão esticada e voltada para fora (vogal "U", apesar de invertida). Exale a respiração de forma que vibre todo seu corpo expelindo todo o ar dos pulmões, enquanto vê uma bola intensificando luz vermelha ou chamas vermelhas na região do seu genital. 14 - Repita o procedimento da inspiração e suba a mão para a região do abdômen. 15 - Toque o dedo médio com o polegar e curve os dedos como se formasse uma bola nas mãos, com os dedos juntos e sem tocar as palma (vogal "O"). Exale a respiração de forma que vibre todo seu corpo expelindo todo o ar dos pulmões, enquanto vê uma bola intensificando luz laranja/pêssego na região da barriga. 16 - Repete a inspiração e suba a mão para a região do tórax. 17 - Feche novamente o punho e estenda apenas o polegar (vogal "A")  Exale a respiração de forma que vibre todo seu corpo expelindo todo o ar dos pulmões, enquanto vê uma bola intensificando luz verde escura ou rosa na região do tórax. 18 - Repete a inspiração, subindo a mão para a região da garganta. 19 - Mantenha a palma da mão esticada, mas contraia os dedos como se imitasse a pata de um gato com garras contraídas (vogal "E"). Exale a respiração de forma que vibre todo seu corpo expelindo todo o ar dos pulmões, enquanto vê uma bola intensificando luz azul na região do pescoço. 20 - Repete a inspiração, subindo a mão para a região da testa. 21 - Toque com a mão esquerda a testa, com o punho fechado e o dedo mínimo erguido (vogal "I" em libras). Exale a respiração de forma que vibre todo seu corpo expelindo todo o ar dos pulmões, enquanto vê uma bola intensificando luz branca na região da cabeça. 22 - Breve pausa. Forme mentalmente (tente sempre sem ânsia, uma hora vc irá conseguir) um pentagrama a sua frente. Abra os olhos caso estiverem fechados. 23 - Com a mão esquerda segurando a adaga (ou o revolvinho com os dois dedos indicador e maior esticados, a palma da mão e polegar fechados), desenhe o pentagrama e , com a mão direita diante dos olhos, simultaneamente realize os gestos referentes às vogais enquanto traça uma linha entre os pontos a seguir: 24 - O pentagrama a ser desenhado e o gesto usado em cada fase do desenho: Desenha-se ligando os pontos com a ponta da adaga: Ligando os pontos 1 a 2 faça o gesto de  "I" Ligando os pontos 2 a 3 faça o gesto de  "E" Ligando os pontos 3 a 4 faça o gesto de  "A" Ligando os pontos 4 a 5 faça o gesto de  "O" Ligando os pontos 5 a 6( o ponto 6 coincide com o ponto 1) faça o gesto de  "U" Termine o desenho do pentagrama, tocando o seu centro (ponto7) e então gire 90 graus a esquerda (sentido contrario o do relogio ou anti-horário) 25 - Da forma descrita acima, depois do giro de 90 graus, desenhe outro pentagrama a sua frente da mesma forma. Repita o 1/4 de giro novamente. Desenhe novamente, Gire 1/4 novamente e desenhe novamente. Neste ponto você já terá desenhado os pentagramas nos 4 quadrantes. O próximo 1/4 de giro irá te deixar de frente para o primeiro pentagrama desenhado. 26 - Sinta os 4 pentagramas desenhados flutuando no ar. 27 - Repita os gestos, conforme descrito nos procedimentos de 1 a 22. 28 - Encerre sem pressa. Sente-se e respire. Anote as impressões que sentir no seu diário mágicko. MAS POR QUE USAR? Como citei anteriormente, às vezes você precisa realizar o rito em silêncio. Seja por ter visitas em casa. Seja por estar em um hospital público e não poder incomodar outros paciente. Seja porque precisou fazer esse rito no local de trabalho. São inúmeras possibilidades. Veja como você pode aplicar esse rito em sua rotina e bom treino. Abraços Fraternos
RITUAL DE BANIMENTO EM LIBRAS content media
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Mauricio de Oliveira
09 de jan. de 2018
In Magia Sexual
Quando se fala em ocultismo e práticas sexuais, logo vem um único nome à mente – TANTRA. A doutrina hindu do desenvolvimento integral do ser humano nos seus aspectos físico, mental e espiritual por meios de meditação, mantras, yantras e sexo acabou sendo a mais conhecida para nós aqui no ocidente, principalmente em suas duas formas – o Vidya Tantra, ou tantra da Mão Direita, que foca exclusivamente na canalização da energia para o desenvolvimento do espírito humano; e a Avidya Tantra, ou Tantra da Mão Esquerda, muitas vezes à procura de poderes ocultos e à extroversão de energia psíquica sob forma de capacidades supranormais. Porém, existem outras formas de práticas ocultistas que envolvem o uso da energia sexual para atingir determinados fins. Uma delas, surgida no ocidente, foi tão famosa e tão atacada quando surgiu que a própria Helena P. Blavatsky acusou seu fundador de traição à Tradição Sagrada e o chamou de mais perfeito exemplo de Mago Negro. Estou falando dos Mistérios de Eulis e da Irmandade de Eulis. Fundada por Paschal Beverly Randolph (1825 - 1875) , afro-americano, médico, ocultista, espiritualista, médium de transe, escritor e, de acordo com A. E. Waite, fundador da mais antiga Ordem Rosacruz nos Estados Unidos (em atividade até os dias atuais). A Irmandade de Eulis (e seus mistérios) tem como seu objetivo primordial “a capacitação de seus discípulos a se tornarem donos absolutos de seu verdadeiro Eu, pois isso lhes dará a liberdade de seguir livremente em busca do aperfeiçoamento pessoal” (Magia Sexualis – Paschal Beverly Randolph). Essa capacitação só é possível ao indivíduo que se encontrar calmo, livre de influências externas. Já havendo exercitado a vontade e a paciência, com o espírito aberto e fortalecido pelas experiências, pois o não domínio de si mesmo no uso dos ritos de Eulis poderia resultar em loucura ou até mesmo, em casos extremos, morte. Pois o poder movido na Magia Sexual, segundo Randolph, “é a energia mais poderosa da Natureza, a maior prova de que Deus realmente existe.” (Magia Sexualis). Em sua origem, a prática dos Ritos de Eulis é extremamente polarizada, focando exclusivamente na relação sexual homem-mulher (ignorando relações homossexuais) e geralmente com o homem sendo o agente energeticamente ativo e dominador de todo o ato, cabendo à mulher a função de ser a agente passiva/incubadora da intenção mágica gerada. Porém, com o desenvolvimento da sociedade e das práticas, outros aspectos foram acrescentados aos ritos para que os mesmos se adequassem à todas às pessoas e situações. Os Mistérios de Eulis creem que o Universo, composto de matéria e energia, é ordenado seguindo suas próprias leis e todos os seus poderes e virtudes são cíclicos. Que somos influenciados por emanações originárias de esferas espaciais, onde habitam tanto inteligências impalpáveis como sólidas e por energias passíveis de serem controladas pelas pessoas que conseguirem estabelecer as relações entre o material e espiritual. Que além do nosso mundo existem mundos elétricos, etéreos e fluídos, inexplicáveis, mas cuja comunicação é possível através do domínio da força sexual. Basicamente, por meio da Lei de Correspondência, é possível que você, durante o ato sexual, comunique a essas forças suas intenções e estas vão responder de acordo com seu desejo manifestado. Porém, não é apenas o ato sexual que fará isso. Será seu estado de consciência e seu domínio das técnicas, além de outros auxílios como Condensadores Fluídicos, músicas, perfumes e outros itens, que farão essa comunicação ser viável. Essas técnicas são praticadas à exaustão por meses, e apenas após seu domínio o estudante estará apto para a realização dos ritos sexuais dos mistérios de Eulis. Basicamente são quatro técnicas – Volição, o exercício da Vontade de forma tranquila, sem ser acometido por esgotamento nervoso; Decretação, a capacidade de ordenar de forma irrefutável, de sujeitar outros seres a desejar, pensar, sentir, dizer o que desejamos. Também é a capacidade de criar entidades que obedecerão à vontade do criador; Posismo, que é basicamente a Magia dos Gestos; e Evocacionismo, a capacidade de evocar entidades, divindades, inteligências e afins. Apenas depois de dominadas essas técnicas (o treinamento de Eulis leva mais de anos) é que a Magia Sexual passa a ser de fato aplicada. Essa forma de Magia pode ser aplicada para qualquer fim desejado – do mais iluminado ao mais mundano. O Magista apenas precisa definir qual forma de decreto, pose e evocação necessária para seu fim, o condensador fluídico ideal para facilitar, entre outras coisas, e realizar o ato até o orgasmo. E, diferentemente do Tantra, que visa a retenção do orgasmo físico, em Eulis esse é superestimulado, buscando o maior prazer, com maior intensidade, quantas vezes o por quanto tempo o magista aguentar. É exatamente o orgasmo que enviará a energia ao seu destino. Bom, essa foi apenas uma introdução (de leve) sobre o assunto. Recomendo a leitura de Magia Sexualis, de Paschal Beverly Randolph com a mente aberta (lembrando que o mesmo ainda era muito absolutista no que se refere à polaridade e relação homem / mulher), antes de pensarem em se aventurar nas práticas (extremamente prazerosas) dos Ritos de Eulis. Abraços fraternos
OS MISTÉRIOS DE EULIS content media
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Mauricio de Oliveira
23 de dez. de 2017
In Magia do Caos
A pouco, no grupo Magia do Caos, houve um debate sobre o perigo de Servidores que viraram Tulpas, e houve quem concordasse e quem discordasse. Eu fui um dos que discordaram veementemente e uma amiga (bjus, Lua!) me pediu que discorresse sobre o assunto. Bem, aqui vai minha experiência com os perigos das Formas-Pensamento, sejam elas qual forem. Quando falamos de Servidores, Tulpas, Egrégoras e afins, estamos falando de formas-pensamento. Se você não está familiarizado com o termo, recomendo que estude mais antes de começar a trabalhar com servidores ou será mais um na lista dos “Um Servidor está me vampirizando”. Pegando um resumo na Wikipédia, formas-pensamento são criações mentais que utilizam a matéria fluídica ou matéria astral para compor as características de acordo com a natureza do pensamento. Deste ponto de vista, encarnados e desencarnados podem criar formas-pensamento, com características boas ou ruins, positivas ou negativas. As formas-pensamento são supostamente criadas através da ação da mente sobre as energias mais sutis, criando formas que correspondem à natureza do pensamento gerado. Baseado nisso, toda criação mental, não importa o nome, é uma forma-pensamento. Sua criação e a cultura de quem a criou definirá as características de determinada forma, como sendo Servidor, Tulpa, Ovóide, Larva Astral, Egrégora ou afins. Mas todas são Formas-pensamento. Tenho visto muita gente reclamando que determinados tipos de Servidores, após o contato com muitos “magistas” e receberem grandes cargas de vontade, passaram a se comportar de forma estranha. A maioria dos relatos fala de vampirização, mas alguns chegam a mencionar assédios e até mesmo ataques por parte desses Servidores. Acusam os mesmos de estarem virando Tulpas e, portanto, adquirindo vida e vontades próprias e assediando seus supostos mestres. Para os magistas que começaram na minha época, isso chega a ser bem engraçado. Mas talvez seja porque tínhamos que procurar livros sérios se quiséssemos ser levados a sério e isso nos protegesse das barbaridades que vemos no Google por aí. Bom, para começar, um Servidor é uma criação da Vontade do Magista. Além do estudo e de técnicas particulares de cada magista para criar seu Servidor, o mesmo exigia Vontade para ser criado. Para vocês terem uma noção do que era a Vontade necessária para a criação de um Servidor, um dos exercícios diários que o Magista deve ter é criar um construto mental (geralmente na forma de um animal) e o visualizar durante todo o dia o acompanhando. Esse animal deveria agir como um animal, caminhando, brincando, fazendo besteira. E o Magista deve estar constantemente mantendo esse animal ali. O Magista só é considerando dominador desse exercício mental quando outras pessoas, de forma instintiva, começam a perceber a presença desse construto (tipo sensação de ter um gato na casa, ouvir sons do animal, sentir o cheiro, ou mesmo o animal passando por suas pernas ou outra parte do corpo). Na minha época, essa era a Vontade exigida antes que a pessoa se aventurasse a criar um Servidor. Portanto, quando o Magista ia criar seu Servidor, ele tinha controle total do mesmo. E sua “programação” era isenta de falhas. Portanto, se determinado Servidor estivesse vampirizando pessoas, era porque o mesmo fora criado para isso. E nunca a vontade do Servidor seria superior à Vontade do seu Criador. O Servidor nada mais é do que uma forma-pensamento do seu criador. Um subproduto deste, não uma forma independente. Aí você me pergunta - nossa, e se alguém que não possui essa prática cria um Servidor? Eu Respondo, se o “magista” não consegue criar um ratinho no cantinho de sua mente, como ele teria Vontade suficiente para criar um Servidor? No máximo ele criará uma auto-ilusão, que poderá ser aproveitada por Obsessores e, aí sim, ser vítima de vampirização e assédio. Mas Grande Supremo Sacerdote Megamagísta Baron Babá Tata Samedi Cemitiére Lucífere de Exu Zos Kia Tau Umpalumpa Bundalelê Maurício, e se a pessoa criou um Servidor coletivo e as pessoas passaram a oferecer tanto sacrifício de Sangue / Gozo / Arrotos Supersônicos que o Servidor ficou viciado e escapou da vontade do magista e agora tem vontade própria e virou uma Tulpa? Bem amigos, sigam meu raciocínio. Se o Servidor é uma criação da Mente do Magista, é tão escrava dele quanto seu braço ou sua perna. E se o Criador não tem Vontade para dominar sua criação, essa se desfaz. Ou o mesmo possui algum transtorno mental sério que divide sua Vontade. Mas mesmo assim um bom psiquiatra resolve esse problema. O problema começa quando outras pessoas começam a trabalhar com Servidores coletivos. Não vou entrar na questão do “O Criador criou o Servidor com o propósito de vampirizar”. Esse artigo (http://www.penumbralivros.com.br/2017/06/frater-optimus-e-terceirizacao-dos-servidores/) fala muito bem sobre esse assunto. Estou aqui para apresentar outra abordagem – a da animificação de transtornos internos espelhados na imagem do Servidor. Alguém se lembra do hipocomágico (https://www.specula.com.br/forum/reflexoes/o-magista-hipocondriaco-ou-hipocomagico)? Esse é o tipo que faz muito isso. A pessoa, geralmente por necessidade de atenção (a Glória do Sofrimento) somatiza uma série de inseguranças internas na imagem do Servidor o qual tentou estabelecer um contato. E muitas vezes acaba por atrair obsessores que se aproveitarão dessa brecha para se alimentar. Lembrem que obsessores são como os Bichos-papão de Harry Potter, que assumem formas variadas para conseguirem seus intentos. São nesses casos que muita gente cai naquela de achar que um Servidor virou uma Tulpa. Bem, por ser apresentada de forma muito “misteriosa” muita gente não sabe como se cria uma Tulpa e, por isso, deixa a imaginação correr solta sobre o mesmo. No tal debate no grupo, eu mencionei a fragilidade da criação da tulpa, independente de quanta vontade a mesma absorvesse. Para explicar isso, vou mencionar três casos de Tulpa muito famosos. Um registrado num trabalho de faculdade, um “do Mal” e um “do Bem”. Na década de 1970, um grupo de parapsicólogos canadenses tem a ideia de criar um fantasma. A ideia era comprovar que fantasmas são produtos da mente humana. Eles criaram um personagem histórico fictício e o chamaram de Phillip. Criaram uma história e até mesmo um retrato desenhado do mesmo. Eles queriam que o grupo realmente acreditasse que Phillip existiu. Após quase um ano e mudanças no método de abordagem para estabelecer contato, Phillip finalmente se manifestou. Por bastante tempo Phillip conversou com seus interlocutores e até mesmo fez manifestações, como alterar a iluminação ambiente, mover objetos e dar pancadas na mesa. Phillip realmente acreditava ser real. O experimento acabou quando um dos participantes confrontou Phillip com essa realidade “Fomos nós que criamos você, sabia disso?” Desde então, Phillip nunca mais se manifestou. Os próprios pesquisadores afirmaram que usaram exatamente a ideia de Tulpa na criação de Phillip. Se quiserem saber mais, só pesquisar no Google – Experimento Phillip. Mas procurem em sites sérios, por favor. Nada de sensacionalistas... Outro caso de Tulpa muito famoso é o Bicho-papão. Esse mesmo, da nossa infância. Alimentado pelo medo de milhões de crianças ao longo da nossa existência. Causando sons noturnos, pesadelos e até mesmo sendo acusado do desaparecimento aqui e acolá de algum pequeno. Muitos de nós (se não todos) já o alimentamos com nossos medos descontrolados e fomos, de certa forma, assediados pelo mesmo. Porém, em algum momento, somos confrontados com a realidade clara – ele não existe. Somos nós quem o alimentamos em nossas mentes. E quando essa realidade se fixa em nossa mente, ele não consegue mais nos aterrorizar. Não importa o quanto tentem impor esse medo novamente em nós, o Bicho-papão perde totalmente seu poder. E, para finalizar, o mais poderoso de todos – o Papai Noel. O bom velhinho, que nos faz sermos comportados o ano todo na esperança de ganharmos seu presente. E não importa que saibamos que aquele cara nada mais é do que alguém suando como um porco, com uma barriga geralmente falsa numa fantasia que fede horrores, nosso coração se enche de esperança e sonhos quando nos aproximamos dele e finalmente ganhamos nosso presente. Esse sonho doce passamos para nossos filhos, mas em algum momento a realidade de que o Papai Noel não existe também nos atinge, e infelizmente, por mais saudosismo e emoção que sentimos ao ver a crianças cercando o Bom Velhinho por aí, esse êxtase e felicidade já não atinge nossos corações com a força que atingia quando éramos crianças (sou filho de militar, e lembro que sempre que via um helicóptero eu e meus amiguinhos acenávamos porque achávamos que Papai Noel estava voando neles). A Tulpa só é poderosa enquanto ela não sabe que não existe de fato. Esse era o segredo tibetano para a criação da Tulpa. Ela NUNCA poderia saber que não existia. Uma vez confrontada com a verdade, ela se desfazia completamente. Não importa quantos milhares de pessoas acreditem nela, ela não terá poder sobre aquele que SABE que ela não existe. Por isso disse que Tulpas são frágeis demais. É como ter o maior dos monstros diante de si, e o mesmo for feito do mais fino dos vidros. Uma pancadinha de realidade e pronto – já era o monstro. Antes de finalizar, gostaria de falar sobre os Servidores que querem se tornar Deus. Esses casos NUNCA vão acontecer. A Criação de um Deus é mais que meia dúzia de pessoas orando para ele. É um fenômeno cultural, que exige uma forte base de realidade e as pessoas precisam recorrer a ele caso queiram algo. E tem que ser mais que magistas alimentando essa egrégora – precisam ser aquelas pessoas de fé cega, lançando todo seu desespero e fervor na crença de que aquele deus pode ajudar. Como em Deuses Americanos, os deuses modernos surgiram por meio do povo, e não de um grupo de pessoas que praticaram por anos meditação e exercícios herméticos para criá-los. O texto ficou meio longo, mas o assunto rende demais. Espero ter me feito entender e espero principalmente que vocês pesquisem sobre os assuntos mencionados e tragam isso para suas vidas. Formas-pensamento nada mais são que pensamentos e, portanto, afetáveis pelo mesmo. E deixo com vocês a frase que um de meus mestres martelou com tanta força na minha cabeça que ficou tatuada nela “Não importa o que venha nesse lugar. Não importa o nome, a idade, a história por trás dessa Entidade, lembre-se. Esse é o SEU Círculo. Esses são os SEUS elementos. Essa é a SUA Vontade sobre SUA realidade. Nesse círculo, que está aqui, que está no outro Plano, que está na SUA Mente, VOCÊ É DEUS”. Abraços fraternos.
O REAL (?) PERIGO DAS FORMAS-PENSAMENTOS content media
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Mauricio de Oliveira
12 de nov. de 2017
In Magia do Caos
Antigamente, durante o processo de canonização pela Igreja Católica, havia um Promotor da Fé (Latim Promotor Fidei), designado pela própria Igreja, cuja função era encarar com ceticismo o candidato à canonização, procurando lacunas e falhas no processo (por exemplo, inconsistência nas provas dos supostos milagres, etc). Por exercer essa função, o Promotor Fidei era popularmente conhecido como "Advogado do Diabo" (Latim advocatus diaboli). Fonte : Wikipédia É estranhamente paradoxal o fato que, numa época onde se consegue facilmente informações sobre qualquer assunto com um simples digitar de teclado, as pessoas estejam cada vez mais crédulas. Principalmente no meio magístico. Não sei se é porque agora as pessoas podem perguntar por aí sobre qualquer coisa e ter a sensação do “anonimato”, mas nunca vi tantos casos de hipocomágicos (https://www.specula.com.br/forum/reflexoes/o-magista-hipocondriaco-ou-hipocomagico) quanto tenho visto ultimamente ao passear por páginas e grupos de práticas magísticas. E parece não importar o quanto os mais experientes escrevam, as pessoas parecem simplesmente não ler nada e fazer perguntas para o autor do texto sobre coisas óbvias que estão sendo apresentadas no próprio texto. Pior, quando a explicação não condiz com o que eles acreditam ser o motivo da dúvida, sentem-se ofendidos pessoalmente pela explicação. O problema é que as pessoas preferem a auto-ilusão a encarar a realidade. E para nós, praticantes da Grande Arte, auto-ilusão é uma das maiores sabotagens existentes. A consultora Elisabeth Cavalcante, em seu texto A Auto-Ilusão, escreve em seus dois primeiros parágrafos: “Um dos nossos maiores obstáculos para o nosso crescimento interior é a auto-ilusão. É incrível a capacidade que temos de nos enganar, criar ilusões para tentar moldar as circunstâncias de acordo com nossos desejos. Quando a realidade se apresenta de modo diverso do que gostaríamos, muitas vezes preferimos, como avestruzes, "enfiar" a cabeça na terra para não enxergá-la. É difícil ver frustradas nossas expectativas, por isso, optamos pela fantasia para afastar de nós a visão daquilo que não queremos enxergar” O problema está no afã das pessoas, em sua busca pelos grandes efeitos sobrenaturais e vivências mágicas, não questionarem se o que nesse momento parece um grande efeito sobrenatural não teria alguma outra explicação mais provável, que talvez seja até mesmo correta. Aceitam sem questionar o ocorrido como sobrenatural, as alegações de um dito experiente magista como fatos incontestáveis, as revelações de ditos adivinhos como verdadeiras profecias celestinas. E sequer consideram a possibilidade de estarem sendo enganadas. E, quando alguém tenta mostrar outro ponto de vista, partem para a agressão, na tentativa desesperada de defender sua auto-ilusão. Lembro-me de uma história ocorrida a bons anos passados, Eu estava recém chegado a uma cidade no interior. Era bem mais jovem, porém já tinha uma pequena, mas muito proveitosa, experiência no meio magístico. E como na época existia pouca literatura disponível sobre o assunto (a mais acessível era O Diário de uma Mago, de Paulo Coelho, e suas Práticas de RAM), as pessoas recorriam a qualquer coisa, ou pessoa, que tivesse um mínimo de domínio sobre o assunto para tentar aprender mais e buscar suas tão sonhadas iniciações. Eu não podia iniciar ninguém na época, eu mesmo não tinha Grau para isso, mas me dispus a ajudar as pessoas pelo menos a desenvolverem seus potenciais místicos, Nessa época, um dos que me procuraram tinha uma história “assombrosa” para contar (Na verdade depois surgiram várias, mas essa era a mais top). Dizia ele que certa vez estava numa espécie de república a noite, dormindo. E que seu corpo começou a levitar da cama. Ele dizia que não se lembrava, mas as pessoas que dividiam o quarto com ele viram e poderiam confirmar a história. De cara estranhei, mas como sou curioso, certo dia fui com essa pessoa encontrar dois amigos que testemunharam o ocorrido. Eles de fato confirmaram cada detalhe do que era contado pelo “levitador”, e logo nos despedimos. Me chamou atenção dois fatos. Primeiro - apesar de alegar não lembrar de nada, quem realmente dominava e contava a história era a pessoa que me procurou. Segundo, mesmo enquanto confirmavam, as pessoas amigas tinham um ar engraçado. Quase cômico. Alguns dias depois reencontrei um dos tais amigos, e entre uma conversa mole e outra finalmente descobri que a pessoa que me contou a história sempre vinha com histórias absurdas para eles nessa república. Sobre como já havia caído sobre o fogo e não se queimado. Sobre estourar lâmpadas na rua com o pensamento. Sobre incorporar um espírito intitulado O Alemão e falar sobre desgraças futuras que aconteceriam com eles. E então esses amigos resolveram pregar uma peça e contar a tal história da levitação e ver até onde iria. A história que começou como um simples erguer-se a poucos centímetros do colchão tomou proporções dignas do filme O Exorcista, faltando apenas que um demônio começasse a matar as pessoas no quarto. E quem aumentava essas histórias era exatamente a pessoa que dizia sequer se lembrar dela. Por meses eu fingi para esse amigo que não sabia da piada gerada às custas dele e tentava, aos poucos, demovê-lo dessas ideias de poderes paranormais dignos de X-Men e trazê-lo para luz dos fatos, mas o mesmo não apenas insistia, como as tais manifestações do Alemão chegaram a piorar. Até que certo dia, numa festa de aniversário de familiares, alguns dos membros do círculo que havíamos criado para praticar exercícios herméticos foram à minha casa assustados, dizendo que o tal Alemão havia se manifestado e estava revelando destinos terríveis e maldições para os membros do círculo, e negava-se a deixar o corpo de seu possuído. Esse dia para mim foi a gota d’água. Deixei a festa e fui encontrar o “possuído”. Assim que cheguei disparei três frases em alemão. Ele congelou na mesma hora. Disse mais duas. Ele ficou sem saber como reagir. Eu não falo alemão, porém, a músicas de tons góticos alemãs são as melhores, e as letras delas eu sabia. Meu objetivo era saber se essa pessoa (fã inveterada das boy bands que dominavam a época) entenderia o que eu estava falando (afinal, o espírito era Alemão, correto?). Por fim, diante dos assustados membros do Círculo, expliquei sobre animismo e mistificação. E o quanto isso era danoso para todos que fosse prosseguir no caminho mágico. A pessoa deixou o Círculo e hoje em dia não pratica mais nenhuma forma de Tradição Mágica, nem menciona mais o assunto. Mas tornou-se um bom artista e anda bem famosa com suas performances. O que ocorreu com essa pessoa, e muitos que estão iniciando ou vivendo a prática mágica, é que não questionam em momento algum as coisas que acontecem em sua vida a partir de uma ótica mais racional. Ignoram que seus Diários Mágicos/Livros das Sombras servem para que eles analisem suas vivências e garimpem o que é real e o que pode ter sido só impressão. E aceitam como fatos coisas que performistas fazem dizendo ser Magia ou Manifestação do Oculto sem questionar por um momento se tudo não pode ser simplesmente um truque muito bem executado para angariar a atenção desejada. Isso costuma acontecer mais com os praticantes solitários e grupos iniciantes do que com praticantes de grupos já estabelecidos. Via de regras, nos grupos estabelecidos (sérios) o Orientador/Zelador/ Guia/Mestre/Sacerdote/Professor costuma servir de Advogado do Diabo, obrigando seu pupilo a analisar mais racionalmente os fatos e verificar o que pode ser real do que pode ser fruto de auto-ilusão. Mas para o praticante solitário e os grupos iniciantes isso não ocorre. Então eles precisam assumir a função de Advogados do Diabo e aprenderem a se auto-questionar e também a questionar qualquer Autoridade que apresente algo para ele(s) como uma verdade absoluta. E sempre desconfie de qualquer pessoa que negue-se a dar uma resposta coerente, ou insista que determinadas respostas só serão dada depois de tal Grau de iniciação. O Grau pode te fazer ter uma melhor compreensão da resposta. Mas não é pré-requisito para que você não tenha sua pergunta respondida. Não sejam vítimas dos véus de Maya apenas para sentirem-se importantes, irmão. Você pode até ser como aquele famoso rei e achar que está brilhando como o Sol em toda sua Glória, Poder e Majestade sobrenatural. Mas na realidade, o que o povo comentará à sua volta é O Rei está Nu. Abraços fraternos
SEJA SEU PRÓPRIO ADVOGADO DO DIABO content media
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Mauricio de Oliveira
06 de nov. de 2017
In Reflexões
Magia negra e esoterismo envolvem condenação de nômade por estelionato Publicado por Correio Forense há 5 anos A 3ª Câmara Criminal do TJ manteve decisão de 1º grau que condenou um homem à pena de um ano de reclusão, em regime aberto, substituída por prestação de serviços comunitários, pela prática de estelionato. Cigano de origem, o réu induziu um casal de agricultores idosos, de cidade do interior catarinense, a acreditar que possuía poderes paranormais capazes de, através de poções mágicas e despachos, reverter moléstias e destinos na vida das pessoas. Pelos serviços, cobrou quase R$ 6 mil. Parte do dinheiro foi recuperada quando de sua detenção pela polícia, após as vítimas notarem que haviam sido ludibriadas. Em apelação ao TJ, a defesa do réu sustentou nulidade processual por falha na citação e pediu a absolvição ou a desclassificação de estelionato para o delito de curandeirismo. A câmara rejeitou os pleitos. Segundo o desembargador Torres Marques, relator da matéria, foram esgotados todos os meios de cientificação pessoal do réu antes da citação por edital. Ocorre que o homem, em seu depoimento, confirmou tratar-se de pessoa nômade, sem residência fixa, que costuma se movimentar pelas diversas regiões do país sem definir local de moradia. O acórdão esclarece ainda a impossibilidade de desclassificar o delito para curandeirismo, visto que os valores cobrados pelos serviços não eram correlatos. ”O dolo na conduta do agente é evidente”, reiterou o relator. A decisão foi unânime (Ap. Crim. n. 2012.017924-7). Fonte: TJSC
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Mauricio de Oliveira
06 de nov. de 2017
In Reflexões
Quando fiz a postagem “PRECISAMOS FALAR SOBRE IMPOTÊNCIA...MÁGICA”, imaginei que haveriam perguntas sobre o assunto. Mas uma me chamou atenção. Num tom muito bem humorado (o objetivo da postagem era manter um bom humor), um amigo perguntou se existia alguma forma de “Viagra Mágico” que pudesse solucionar o caso dos amigos que estão com a “varinha meio molenga....” Como respondi no próprio post, um “Viagra Mágico” não existe. Porém, como o problema é no campo interpessoal, existem certos subterfúgios que podem ser utilizados para aqueles que, por algum motivo, estão tendo dificuldades em elevar e manter a energia para a realização de sua Grande Arte. E hoje estou aqui para enumerar algumas delas. 1 - ORGASMO (Clássico...) Essa provavelmente é de conhecimento geral, então achei por bem citá-la primeiro, mas a energia sexual costuma ser uma das mais utilizadas fontes para elevação e canalização de Poder Pessoal. É uma fonte abundante e pura, e mesmo para aqueles solteiros (ou cujo parceiro não se disponha à esse tipo de prática) a masturbação é tão válida quanto o sexo a dois para realizar o intento. O problema é que é difícil manter o exato equilíbrio entre envolver-se na Energia Sexual sendo elevada e manter a concentração no Objetivo Mágico. Não recomendo para quem nunca exercitou práticas de magia sexual, pois é muito fácil perder-se na energia do orgasmo e esquecer o objetivo, ou focar-se tanto no objetivo que o orgasmo, caso ocorra, acaba por ser mais um orgasmo físico que uma elevação espiritual. Também recomendo apenas para casos em que o objetivo já esteja muito bem estabelecido, como energização de ferramentas ou alimentação de Servidores (que sejam bem instruídos a não tornar isso um vício/obrigação e acabar por tornarem-se vampiros de seus Senhores). 2 - DANÇA EXTÁTICA Essa é excelente para aqueles que adoram sons berrantes nos fones de ouvido e adoram dançar (principalmente em raves). A dança extática é uma maravilhosa fonte de energia, onde se pode ter menos risco de perda de controle que no caso do orgasmo (mas ainda existe). Quando for realizar sua Grande Obra, no momento que precisar elevar o seu Poder Pessoal, comece a dançar. Escolha uma música que comece suave e vai se elevando aos poucos (existem muitos exemplos que podem ser encontrados no Youtube, recomendo Sidhenearlahi set - Omnia). Vá elevando sua energia enquanto a música vai aumentando. Aumente sua cadência até parte de sua mente perder-se na música, enquanto outra sustenta firmemente o Objetivo Mágico fixado. Quando a música chegar no seu ápice, libere a energia acumulada, seja com um grito, seja direcionando as mãos para onde está sendo feita a Operação, de vá parando aos poucos, até terminar a música com as mãos no chão e o agradecimento pela Obra realizada nos lábios e na alma. 3 - SONHAR ACORDADO Esse é o exemplo que, pessoalmente, mais recomendo, por ser relativamente fácil e ter menos chance de vc perder a concentração de seu objetivo mágico. Esse aprendi com uma amiga que tinha uma banda, e tinha sérias dificuldades em manter a concentração e a visualização de forças que ela nunca tinha visto na mente. Falar para ela “visualize seu poder fluindo para o centro do círculo” era a mesma coisa que falar “desenhe uma choloponpila” (fãs de Chaves entenderão). Ela simplesmente não conseguia associar a ideia do que estava visualizando com a sensação de Energia Pessoal que devia criar. Então um dia, após muita frustração, “brochadas mágicas “ e quase desistir, ela leu o livro Witchlight, de Marion Zimmer Bradley. Lá, uma personagem, para evocar seu Poder Pessoal, começa primeiro a visualizar-se tocando na banda que ela tinha no período da faculdade, e depois a visualizar-se no pregão da Bolsa de Valores. Como essa minha amiga tinha uma banda, ela resolveu fazer o mesmo, e disse que funcionou perfeitamente. Eu testei algumas vezes e posso dizer que realmente funciona que é uma maravilha. Mas qual é o truque, Mister M? É fácil, irmãos. Escolham algo que conheçam. Que tenham muita afinidade e desperte arrepios em você só de lembrar. Pode ser uma noite especial de prazer, pode ser canto, pode ser a lembrança de um trecho de um livro ou filme, uma escalada, um arremesso de pedras (especial para quem quer enviar energia), ou qualquer coisa que desperte em você a sensação de crescer. Sustente essa lembrança enquanto performa sua Grande Arte. Faça-a elevar, sinta como se estivesse revivendo aquele momento, até que o arrepio torne-se intenso e você libere essa energia em direção a seu objetivo. Acredite, é MUITO eficaz. Esses são só alguns exemplos. Com base nesses você pode acabar criando sua própria técnica pessoal de elevação de Poder. Porém, mesmo eles não funcionarão se você não se preocupar em desenvolver algo que chamo de Divisão de Mentes. A DIVISÃO DE MENTES Quem já leu As Crônicas do Matador do Rei sabe exatamente do que estou falando. Nessa obra, os personagens trabalham com várias formas de conhecimentos ocultistas. O mais utilizado é a Magia Simpática. Nessa forma de Magia, o magista, com sua mente, estabelece a ligação simpática entre dois objetos e, através de transferência de energia (principalmente calor) eles são capazes de alterar uma coisa ao manipular seu equivalente. Só que, em certos casos, eles precisam fazer mais de uma conexão ao mesmo tempo, e para isso ele “dividem” sua mente, deixando cada parte responsável por manter uma conexão. Na história eles podem dividir o número de vezes que seu Alar (sua Vontade) permite. E é essa ideia que usaremos para fins dessa prática. Na verdade, nós meio que já fazemos isso de forma inconsciente. Quantos de nós, ao fazer a barba, pensamos nos problemas do dia? Resolvemos o que faremos, que contas pagar, onde ir… Isso sem necessariamente deixar de fazer a barba, ou qual tipo de atividade estamos realizando. Então, aconselho aos que resolverem tentar essa técnica levar isso além. Como? Criando um irmão gêmeo mental. Converse com ele como você faz normalmente ao conversar consigo mesmo (sim, todo magista faz isso), mas dessa vez eleve o nível. Aguarde sua resposta. Tenha debates sobre qualquer assunto com ele, você defendendo um ponto de vista e ele fazendo a argumentação e defendendo o outro. A ideia é reforçar sua mente para que ela trabalhe em duas coisas diferentes e ao mesmo tempo. Assim, enquanto uma mente ocupa-se em manter o ritual funcionando, a outra fará a elevação e canalização de energias, sem que nenhuma perca o foco da Grande Arte que estará sendo performada. Espero que esse texto tenha ajudado aos irmãos com dificuldade em suas práticas. E espero que tenham gostado desse texto, que acabou mais longo do que eu pensava. Abraços fraternos. P.S - Lembrando aos irmãos que essas técnicas devem servir de paliativos, e não tornar-se muletas onde o praticante sempre se apoiará invés de buscar todo seu potencial. Continue com seus exercícios mentais. Fortaleça sempre sua própria personalidade e Verdadeira Vontade para que não fique dependente de nada que possa restringir seu potencial e seja capaz de até mesmo realizar a Grande Arte no meio da rua, enquanto atravessa o semáforo, se necessário
APRENDENDO FORMAS  DE ELEVAR E CANALIZAR O PODER PESSOAL content media
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Mauricio de Oliveira
04 de nov. de 2017
In Reflexões
(confesse... você já broxou na hora H). Calma, irmão... O assunto não é sobre o mau funcionamento do seu amigo (ou do amigo de seu parceiro), mas de como muitas vezes nós magistas, homens E mulheres, passamos pela desagradável situação de sentir nossa Magia falhar no momento que mais precisamos. Às vezes, estamos no círculo ritual buscando aquela ligação com os irmãos, quando de repente todo mundo parece atingir o auge do ritual em êxtase e você ainda está tentando elevar sua energia. Ou estamos embaralhando nosso tarô, mexendo as runas no saco, ou qualquer método adivinhatório que vocês utilizem, e quando lançamos mão de nosso oráculo em busca de resposta, ele fica mudo. Ou passamos horas e horas trabalhando naquele servidor, só para vê-lo desfazer-se como se nada tivesse sido trabalhado nele. Mas por que isso acontece? Por que algo que amamos tanto muitas vezes parece escapar por nossos dedos? Por que pessoas criam altares tão lindos e o nosso fica naquele basicão de Caldeirão - centro; Athame - leste; Varinha - Sul; Cálice - Oeste e Pentáculo - Norte? Por que nosso Servidor parece um desenho de jardim de infância e o do pessoal do meu grupo de Magia do Caos fazem servidores maravilhosos? Bom, nesse momento eu terei que fazer novamente uma analogia entre a prática mágica e o ato sexual e dizer - o problema está na sua cabeça. Quando ficamos comparando o nosso material com o material dos outros, a não ser que sejamos extremamente narcisistas, acabaremos sendo atingido pelo espírito da Inveja. Existem irmãos que são verdadeiros artistas visuais. Fazem fotos maravilhosas de seus altares e rituais; criam suas própria peças mágicas pois dominam o artesanato. Fazem poesias evocatórias maravilhosas, verdadeiras inspirações divinas; ou desenham figuras e quadros de uma beleza irreal. E isso pode ser bem intimidante. Mas isso é um talento deles. Talvez você não tenha esse talento. Talvez a figura de seu servidor seja praticamente um boneco de palitinhos. O seu altar pode ser apenas um copo de água e uma vela. Suas palavras rituais não sejam rimadas e seus feitiços praticamente básicos. Mas o importante é sua Vontade e Dedicação ao que você está fazendo. Do outro lado, as palavras, os aparatos, os desenhos, não são nada. São gatilhos para ativar os Verdadeiros Sentimentos, que transformados em energia são compreendidos pelas Forças a quem são direcionados e fazem com que sua Magia tenha sucesso. Quando estiver performando sua Grande Arte, diante das Forças que auxiliarão na realização dos seus desejos, esqueça os rituais dos amigos e conhecidos. Esqueça que você talvez não tenha memorizado um poema de dez páginas sobre o ritual que irá fazer. Que seus instrumentos mágicos sejam simplórios e que seu servidor pareçam rabiscos infantis. O que importa é a energia que você estará levando para o seu ritual, e a Vontade Verdadeira aplicada com Fé no êxito de seu desempenho. Ignore o resto do Mundo e coloque ali toda fé do seu Verdadeiro Eu. Ou, se você permitir que esses pensamentos bloqueadores continuem minando sua vontade e fé em si, na hora de fazer sua Arte o resultado será inevitável... Até a próxima Abraços fraternos
PRECISAMOS FALAR SOBRE IMPOTÊNCIA... MÁGICA content media
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Mauricio de Oliveira
02 de nov. de 2017
In Magia do Caos
Muitos dos praticantes de Magia, em seu início, são estimulados a criar uma Persona Mágica. A persona mágica seria aquela pessoa que você vira para deixar as preocupações mundanas da vida cotidiana de lado e passa a se concentrar especificamente no exercício/ feitiço/ ritual que você tem que fazer. Para isso, o magista é incentivado a adquirir roupas ritualísticas, criar espaços sagrados fisicamente, e até mesmo (principalmente, na verdade) estimulado a adotar um Nome Mágico, um nome secreto que será conhecido entre ele e as divindades com as quais trabalha. Esse nome pode ser escolhido ou revelado, mas geralmente é ele quem fecha a assinatura mágica que acaba por completar a Persona Mágica do praticante. Com o tempo e a prática diária, muitas vezes a persona mágica acaba por se fundir com sua própria personalidade, afinal, o magista experiente sabe que a Magia está e pode ser praticada em todo lugar, e que os mecanismos que ele usava para ativar sua persona mágica nada mais eram que muletas para que ele pudesse acessar seu Eu Interior, o que ele acaba aprendendo com a experiencia a fazer sem usar desses artifícios. Muitos acabam por tornar esses nomes públicos, outros mantem para si e raramente voltam a utilizar desse nome. Porém, algumas pessoas esquecem que Magia é muito mais que Feitiços e Rituais. Que é uma prática diária, com exercícios de visualização, meditações, energizações e aterramentos diários. Como um atleta exercita seu corpo para ser uma máquina afiada para seu esporte, o magista exercita sua mente e espírito diariamente para fortalecer seu Eu, sua personalidade, para que esta não vacile quando for-lhe exigida a concentração, energia e Vontade para performar sua Grande Arte. Muitos, passados os estágios iniciais, onde seu Mestre ou até mesmo seu afã de tornar-se um bom magista exigem que ele mantenha seus exercícios mentais e espirituais, passam a deixar esse em segundo plano. Como aquela pessoa que entrou na academia para emagrecer e, ao atingir o peso desejado, acabou por relegar seus exercícios e dietas ao segundo plano. Isso quando ainda o fazem. Passam a concentra-se unicamente em realizar seus feitiços e rituais, e sempre vestindo sua Persona Mágica para ajudar nesse intento. Nesse caso, muitos percebem que suas personas mágicas vão enfraquecendo, por falta de estímulo, e acabam entrando na chamada Noite Negra da Alma, onde perdem a Fé e passam a duvidar de si mesmos. Mas existe o outro tipo de magista que vacila em seus exercícios, mas entra de cabeça nas realizações de feitiços e rituais para todo e qualquer fim imaginável. Seja em causa própria, seja em favor dos amigos, seja em causas quixotescas que creem irá tornar o mundo melhor. Ficam totalmente fascinados pela vida mágica e suas possibilidades que acabam por, invés de assimilar sua Persona Mágica, serem assimilados por estas. Passam a querer ser chamados única e exclusivamente pelo seu Nome Mágico. Seus assuntos cotidianos giram totalmente em torno de misticismo, esoterismo e outros ismos mágicos. Aos poucos acabam por afastar amigos e familiares, e passam a acreditar em mitologias como fatos reais e questionar toda forma de ideia que não se encaixe em seu credo. Passa a conversar diariamente com espíritos e entidades das mais diversas, sem perceber que podem ser apenas delírios de sua mente tentando compensar sua solidão ou, pior, obsessores se alimentando de seu estado transtornado. Essas pessoas tornaram-se prisioneiros de sua persona. E sequer percebem isso. Geralmente é esse tipo de praticante que passa a exagerar em suas oferendas ("mas será que eu posso energizar um dos 40 servidores com sangue para potencializar seu efeito?"), ou são atormentados por entidades astrais que os punem por pecados imaginários ou pedem sacrifícios de coisas que sequer costuma ser ligado à sua característica ("Fiz um ritual para Kwan Yin e agora ela está me pedindo para sacrificar meu gato"). A Magia mais parece um vício para eles que uma ferramenta para autorrealização. Irmãos, para evitar essa armadilha é só lembrar que tudo na vida é equilíbrio. É usar a árvore como exemplo, que quanto mais alto quer alcançar os céus, mais firme e profundamente enterra suas raízes no solo. É lembrar que a Persona Mágica nada mais é que um instrumento. Um objeto que, uma vez que não tenha mais utilidade, deve ser deixado de lado e não se tornar essencial à sua prática. É lembrar que Mago Maedre pode ser um nome maravilhoso para usar em rituais ou assinar em textos de internet e futuras publicações literárias, mas é Maurício de Oliveira que paga as contas, compra as velas, livros e incensos e tem uma família linda para cuidar e brincar. A vida mágica é maravilhosa , irmãos. Mas cabe à cada um de vocês perceber que a magia não se resume à círculos mágicos e rituais complexos, e sim que A VIDA É MÁGICA A TODO MOMENTO E LUGAR! Abraços fraternos
QUANDO A PERSONA MÁGICA TORNA-SE UMA PRISÃO content media
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Mauricio de Oliveira
01 de nov. de 2017
In Reflexões
Como eu havia prometido, vamos dar continuidade ao assunto iniciado em O Magista Hipocondríaco. Agora falemos mais sobre outro tipo de magista muito irritante, mas que existe aos montes, no meio magístico. O Magista Megalomaníaco, doravante chamado megalomágico. Vamos lá, irmãos. Quem de nós nunca encontrou na vida um megalomágico? É impossível, se você é usuário de redes sociais e está em algum grupo sobre magia, não encontrar um megalomágico. Deixem-me antes contar uma história de meu mais recente encontro com um. Estava eu aguardando a última hora do meu expediente e, passando pela minha timeline do facebook para passar o tempo, me deparo com a seguinte postagem num dos grupos que faço parte: Pois bem, num grupo de praticantes de magia, o elemento se diz um dos ÚNICOS BRUXOS VERDADEIRO do grupo (adendo- notaram que a frase do plural passou para o singular? É porque antes ele afirmou-se o único, durante a discussão ele rapidamente editou o texto antes que eu desse o print). Afirma sobre prova dos poderes e cobra R$ 350,00 para dar uma amostra. Pois bem, eu perguntei se ele não achava que era muita presunção dele fazer essa afirmação. Daí seguiu-se um certo debate, onde eu questionava se poder de dedução não era um dos muitos poderes sobrenaturais dele (ele pareceu não entender o significado de presunção) e foi quando começou a parte interessante. Ele começou a me ameaçar com seus (supostos) poderes sobrenaturais. Dizia que eu tinha que ter mais cuidado sobre como falava com ele, já que eu tinha família para cuidar. Que ele poderia me amaldiçoar e tal. Que se eu continuasse duvidando de seus poderes iria sofrer as consequências. Foi quando perguntei - "Quanto tempo?" Ele ficou confuso, e perguntei de novo quanto tempo as maldições dele levariam para fazer efeito. Porque eu teria que confirmar se era maldição dele mesmo ou só coincidência. Afinal, se nada acontecesse ele poderia afirmar que havia sido piedoso. Se Algo acontecesse ele poderia afirmar que foi obra dele. Então queria que ele me desse um prazo para eu ter certeza que havia sido maldição dele. Ele começou a fazer mais ameaças, ameaçando minha esposa (que ele não sabia o nome) e minha filha (idem), e eu apenas repetia a pergunta sobre quanto tempo para a maldição fazer efeito. Por fim, disse que ele estava sendo um tremendo loroteiro e ele me bloqueou. A partir daí eu nem conseguia mais ver a publicação. SÓ que alguns dos administradores do grupo são meus amigos, e quando viram aquilo caíram em cima. Criaram o bolão da maldição. E por fim a coisa ficou ridícula a tal nível que os ADMs decidiram banir o cara e excluir a publicação. Naquele mesmo dia eu e algumas pessoas sofremos os efeitos da maldição... Minha esposa, e o esposo de uma amiga, tiveram uma crise tão incontrolável de risos que não conseguiam nem tomar o café da manhã. O dito passou a ser chamado bruxo Jean Grey, e virou uma piada entre a gente. Quando algo está dando certo trabalho, afirmar "me ajuda, Scott" (essa frase ficava sendo escrita várias vezes nos comentários). Tive que contar essa história para frisar o modo como o Megalomágico atua. Vamos ver a definição de megalomania, segundo o dicionário. Essa definição mostra exatamente como o Megalomágico pensa e age. Ele acredita, ou mostra-se para as pessoas , como sendo o senhor de muitos poderes sobrenaturais. Ele investe bastante na imagem, comprando objetos grandiosos, criando quartos adornados de sigilos, círculos mágicos, caldeirões enormes, imagens de quase 2 metros, espadas e crânios. Usam roupas vistosas, e fazem fotos bem "macabras" para chamar atenção. Possuem uma puxada muito forte para tudo que é trevoso, ou associado a ideia de magia negra. Via de regra, são praticantes de Voodoo, Hoodoo, Goétia, Quimbanda, Palo Maiyombe ou qualquer prática que os coloque como "os caras malvados" do meio mágico. Usam nomes sinistros como Samedi, Drakkonius (sempre escritos de formas diferentes e esteticamente poderosas), Lucifer, Asmodeus, Cemitiére ou qualquer nome de entidades ou deuses associados a morte, guerras ou maldições. Apregoam aos quatro ventos que seus conhecimentos são os únicos verdadeiros, e adoram postar seus feitiços, rituais e (principalmente) maldições em suas redes sociais. Gostam de discutir, e geralmente associam suas práticas a conhecimentos difíceis de se verificar a fonte (como 13 anéis de necromancia; goétia luciferiana asmodeótica; quimbanda negra da meia noite, ou qualquer nome que pareça trevoso) e quando questionados demais, sempre passam para a ameaça, seguida de bloqueio nas redes sociais para que pareça que ele saiu vencedor da discussão. Geralmente o Megalomágico usa desse meio para conseguir dinheiro. Ele vende de tudo quanto é tipo de serviços, principalmente amarrações de amor e as famosas maldições. São velas e óleos e pingentes e o que mais você conseguir imaginar. Pesquisando na internet você encontra até mesmo kits, onde vem o conjunto inteiro mais um papel explicando como fazer você mesmo. Isso quando ele não diz que ele mesmo irá fazer. E os valores são sempre altíssimos (vide o exemplo da "mostra" de poder no caso citado no começo do post). Sabe o que é pior? Tem gente que compra. Lembra do começo do post? Antes de eu começar a debater com o autor, a postagem já tinha umas 30 curtidas, e algumas pessoas estava perguntando valores de serviço! Lembra do hipocomágico? A principal vítima e fonte de renda desses parasitas. É triste e chato ver nossa amada prática ser manchada por tipos assim, mas eles são os que mais chamam a atenção no meio. Principalmente porque eles mesmo querem assim. Fazem postagens gigantes, entram em discussões com pessoas de pouco conhecimento e bloqueiam as que tem mais do que eles, para mostrarem que eles sempre vencem as discussões para aquele monte de cegos que os cercam como se fosse algum tipo de messias mágico. Tenho certeza que muitos aqui no grupo já foram amaldiçoados por algum desses megalomágicos, cujo único mal que fez foi ter seu acesso à discussão bloqueado e saber que o dito ficou se gabando de ter feito algo contra aquela pessoa (Lua, lembrei de você). Mas não é de todo ruim conhecer um megalomágico. Eles são divertidos às vezes. Adoram entrar em Witch Wars, onde assim que percebem que estão perdendo bloqueiam o adversário. Mas mais divertido é ver DOIS megalomágicos numa witch war. É uma coisa mais ou menos assim: Viu? Não é de todo ruim estar próximo de um Megalomágico... Caso você seja obrigado a lidar com algum deles, é bem mais fácil que lidar com um Hipocomágico. Eles costumam usar textos longos, geralmente tirados da internet (se bem que, como todo bom loroteiro, ele domine bem as palavras), ou recorrem a seus conhecimentos de ordens obscuras ou práticas conhecidas só por eles mesmos. Estarão cercados de seguidores (geralmente aborrecentes que mal saíram das fraldas, ou dependentes químico/emocionais que alimentam seus Egos) que concordarão com qualquer baboseira que eles falarem. Algumas vezes chegarão de fato nas ameaças. Se chegar a tanto, peça uma prova. Peça prazos para saber se a maldição realmente vai se cumprir. Nessa hora eles costumam fugir correndo. Porque como todo valentão, ele só se faz quando tem um público de apoio. Uma vez que ele é desafiado, e outros seguem seu exemplo e o desafiam também, ele foge e vai ficar contando vantagem no meio dos seus, onde todos o adulam. Bom , esse é meu segundo texto. Espero que tenham gostado (se gostaram, dá uma clicada no coração). Espero que tenha ajudado a entender como identificar e lidar com um Megalomágico, caso esbarrem com um por aí. Lembrem-se de que eles dificilmente terão todo esse poder que alegam. Magos de verdade não saem bradando por aí o que fazem ou deixam de fazer, e se algum dia um for amaldiçoar você, dificilmente ele fará alarde (e vídeos queimando suas fotos em um caldeirão/poço diante de uma estátua de capeta). Ele o fará e você só sentirá os efeitos de sua praga. Já que falei de dois tipos falsos de ameaças astrais que você pode encontrar/vivenciar, pretendo que meu próximo texto seja sobre como identificar ameaças astrais reais e a forma correta de se lidar com elas. Até a próxima PS - Quer saber? Com a crise como está acho que vou virar Megalomágico para ganhar uma graninha extra? Vou virar O Supremo Sacerdote Megamagísta Baron Babá Tata Samedi Cemitiére Lucífere de Exu Zos Kia Tau Umpalumpa Bundalelê... O que acham?
O Magista Megalomaníaco, ou Megalomágico content media
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Mauricio de Oliveira
31 de out. de 2017
In Reflexões
Existe um tipo de amante do ocultismo que, com a advento das redes sociais, tornou-se bastante difundido no meio, Gosto de chama-los de Hipocomágicos, ou magistas hipocondríacos. hipocondria Substantivo feminino psicop - focalização compulsiva do pensamento e das preocupações sobre o próprio estado de saúde, frequentemente acompanhada de sintomas que não podem ser atribuídos a nenhuma doença orgânica; nosomania. Origem⊙ ETIM gr. hupokhondría,as (fem. de hupokhóndrion ) 'hipocôndrio', pelo lat.cien. hypochondria (Dicionário) Tendo definido que é hipocondria, como ela se manifesta no meio magístico? O que torna uma pessoa um hicopomágico? Bem, o hipocomágico é aquela pessoa geralmente mega sensível, onde as energias do ambiente estão a afetando o tempo todo. Ela é capaz de captar toda a informação energética do ambiente, qualquer espírito ou entidade presente, qualquer intenção de pessoas próximas, qualquer sentimento vestigial deixado em determinado lugar ou objeto. E sempre de maneira ruim. Ela terá constantes episódios de ansiedade, os espíritos locais estarão sempre a assediando, a energia do ambiente sempre a deixará arriada, precisando de cuidados dos amigos e conhecidos. Pior, ela sempre estará sendo atacada astralmente por alguém. Seja um espírito obsessor, um inimigo de vidas passadas, um bruxo que conheceu no passado e com quem teve desavenças, um Servidor descontrolado que agora está vampirizando as pessoas que se aproximam dele, um ex rancoroso ou alguém interessado no companheiro do hipocomágico. Ela sempre estará sendo alvo de energias nocivas, e constantemente estará nas Redes Sociais procurando ajuda para seus problemas, ou alertando pessoas sobre alguma maldição que cairá sobre elas caso mexam com determinado tipo de prática mágica ou entidade astral, contando de forma clara ou velada sua própria experiencia traumática sobre o ocorrido. Para o praticante sério, a ideia pode parecer levemente absurda. Por que uma pessoa se exporia a esse tipo de coisa, sabendo que poderia ser taxada como fraca, ou no mínimo maluca? Há pouco tempo atrás surgiu uma série na HBO chamada Penny Dreadful. No final de sua primeira temporada, a personagem Vanessa Ives, uma médium que é atormentada por um espírito ancestral e até pelo próprio Demônio, procura um padre para que este a exorcize. O que ele diz a ela ficou marcado na minha memória: "Mas antes de qualquer outra palavra, você deve olhar em seu coração e me responder uma pergunta. Apenas uma. Se você foi tocada pelo demônio... é como ser tocada pelas costas da Mão de Deus. Isso a torna sagrada de certo modo, concorda? Isso a torna única, com uma certa glória. A Glória do Sofrimento, ainda que seja. Agora a minha pergunta. Você quer ser mesmo normal?" É nesse texto que afirma exatamente o modo de pensar do hipocomágico. Em meio ao seu sofrimento e dor, ele é especial. Ele é tão importante que espíritos se sentem ameaçados e precisam atacá-lo. Ele é tão amado que fazem feitiços para conquistá-lo. Tão invejado que pessoas querem derrubá-lo de seu pedestal. E ele precisa da sua atenção. Porque ele é importante demais e só conseguirá alcançar sua glória e cumprir sua missão se você puder livrá-lo dessas ameaças que sempre o rondam. Se o caso morresse por aí, até tudo bem. Hipocomágicos são meio vampirizadores amadores e é só você ignorá-lo que ele correrá para o próximo que lhe dê atenção. O problema é que com a popularização das Redes Sociais, eles tornaram-se alimento de um outro tipo de Magista bem irritante - O Magista Megalomaníaco. O Senhor dos Maldições de Internet, o grande Oráculo Divino de leituras de cartas via facebook. Aquele que arrasa com a vida de qualquer um com um piscar de olhos. Falarei mais sobre esse tipo em outro post. O importante aqui é frisar o quanto esse tipo de magista prejudica a imagem de praticantes sérios, que acabam vendo suas práticas ridicularizadas por esse tipo de farsante que tem seu Ego (e conta bancária) altamente alimentado pelo hipocomágico, que corre para essas pessoas como mariposas para a luz, apenas para serem tão sugados, geralmente financeiramente, quanto bebem da atenção (fingida) desses pretensos salvadores. Talvez você tenha identificado vários conhecidos nas palavras desse texto. Talvez você tenha SE IDENTIFICADO. Nesse caso, uma dica para livrar-se desse problema é - trabalhe sua auto estima (ou de seu amigo). Faça aulas de defesa pessoal para reforçar sua sensação de segurança. Estude livros como Autodefesa Psíquica, de Dion Fortune, para ver que as coisas geralmente não são como pensa e que muito do que você acha que é ameaça Astral é pura auto sabotagem. Medite. Reforce seu Eu Interior, e veja que a única ameaça a seu bem estar é você mesmo. Espero que gostem do meu primeiro texto. Prometo tentar ser mais sucinto nos próximos, rsrsrs. Até! P.S - Ao fazer esse texto, não foi minha intenção em momento algum desmerecer todos os casos onde alguém foi vítima de alguma forma de ataque astral. O que recomendo é que se analise bem a situação. A forma como a pessoa conta a história e ver se o que ela busca é uma ajuda real ou simplesmente atenção...
O Magista Hipocondríaco, ou Hipocomágico. content media
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Mauricio de Oliveira

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